quarta-feira, 27 de outubro de 2010

see the stars?


- Lá estão outros deles. - Apontou um de seus pequeninos raios para o casal e prosseguiu - Outro casal de seres humanos. Esses tais seres prepotentes que sentem-se tão donos de tudo... Pensam que são tão espertos, que sabem lidar com toda e qualquer situação. Pensam que têm toda a inteligência do mundo em suas cabeças, o amor de todos os tempos em seu peito e firmeza o suficiente em seus pés para nunca deixarem a superfície...
- Quando eles vão entender, meu amor? - Inclinou-se levemente, chegando mais perto do primeiro ponto brilhante. - Eles nunca vão aprender que não é assim que funciona? Quando vão parar de ver as coisas tão separadamente?
- Até os entendo. Eles não passaram anos luz observando seus próprios comportamentos. Só achei que progrediriam com os anos. - As duas estrelas trocaram de lugar, como uma pequena dança romântica.
- Será que eles sabem? Será que ao menos imaginam as milhares de vezes que já estiveram ali?
- Não queria que soubessem isso, na verdade.
- Queria que soubessem o que? - Indagou a segunda estrela.
- Queria que soubessem que talvez o amor também deva ocupar um pouco da cabeça, e a inteligência do coração.
- Eu queria que nos vissem. Assim entenderiam que quando se ama, seus pés não precisam ficar tanto tempo no chão.
- Se soubessem quantos céus cruzamos para chegar aqui, entenderiam de onde dizem que, tendo amor, qualquer milha é milímetro. - Uniram-se, abraçaram-se. Cada pequeno raio ficou maior, as duas pequenas estrelas, eram agora, uma grande.

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